Apesar de estarem sob decreto de emergência, as prefeituras de Tucano e Quijingue, no interior da Bahia, têm chamado atenção pelos altos investimentos destinados às festas juninas de 2025. Em meio a alegações de calamidade pública e dificuldades financeiras, os gastos com estrutura, atrações artísticas e organização dos festejos somam cifras milionárias.
Em Tucano, a população enfrenta problemas críticos no hospital municipal, como a ausência de cobertores, toalhas e até mesmo lençóis para os pacientes. “Não tem seringa no posto de saúde, mas tem dinheiro para contratar bandas caras e montar palcos grandiosos”, afirmou uma moradora local, expressando sua indignação.
Quijingue, por sua vez, também sob decreto emergencial, promove uma festa de grande porte com artistas de renome nacional, mesmo diante da carência de serviços básicos. Moradores de áreas rurais seguem sem acesso regular à água potável, enfrentam estradas em péssimas condições e transporte escolar deficitário.
Especialistas em gestão pública têm alertado para o possível uso indevido do decreto de emergência. Segundo o economista e professor de políticas públicas Dr. João Almeida, “o decreto deveria permitir ações emergenciais e direcionar recursos para o essencial. Utilizá-lo para flexibilizar licitações e priorizar festas é um desvio claro de finalidade.”
A situação tem gerado revolta entre moradores e ativado a atenção de entidades fiscalizadoras, como o Ministério Público e os Tribunais de Contas, que são cobrados para investigar a legalidade dos contratos firmados durante esse período.
Enquanto as festas seguem animadas ao som do forró, a realidade de muitos cidadãos segue marcada por dificuldades e ausência de serviços básicos.
Fonte : Radar1 com informações do tucanoreal
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